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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Marcas com séculos de história

No último século, os processos industriais sofreram grandes avanços tecnológicos. E o segmento automotivo foi um dos que mais se beneficiou disso. Desde o design dos carros, passando pelos motores e pelos dispositivos de segurança, diversos equipamentos foram amplamente estudados, desenvolvidos e incorporados aos modelos que chegaram às ruas. E apesar das diversas dificuldades que o mercado apresentou durante este período, um bom número de marcas conseguiu sobreviver. E hoje se aproveitam da tradição e do conhecimento acumulado para ajudar nas vendas de seus novos modelos.

Não existe fórmula mágica para transmitir para o consumidor toda a história de uma marca e de sua vivência. “Existem clientes que não têm esse conhecimento. Mas quando descobrem, ficam mais seguros e se sentem respaldados em sua compra. Cria-se uma credibilidade instantânea”, revela Marcus Brier, diretor de relações externas da Peugeot. A marca francesa, por sinal, é uma das mais antigas na indústria. Em 2010, comemorou 200 anos desde a sua criação, quando produzia utensílios industriais ­ como moedores de pimenta do reino e bicicletas, produtos que faz até hoje. Os carros só surgiram mais tarde, em 1890, e se tornaram o principal produto da Peugeot.

Uma das soluções para sobreviver tanto tempo é a inovação. “Tradição não significa conservadorismo. É essencial ter isso em mente para manter uma marca no mercado”, enfatiza Leandro Radomili, diretor comercial da Audi do Brasil. Fundada em 1909, a fabricante alemã produzia carros sob o nome de Horsch no começo de sua história. Perto do meio do século, em 1947, ela se uniu a outras três montadoras alemãs para formar a Auto Union ­ daí também surgiu o logo das quatro argolas ­, que acabou, em 1985, para dar lugar à Audi AG. Mesmo com tantos nomes, a marca considera que, desde a sua criação, o principal apelo de vendas é ser conhecida como uma marca jovem, que sempre oferece inovações tecnológicas e esportividade. “Depois de tantos processos diferentes que aconteceram nos últimos 100 anos, essas marcas mostram que têm uma grande capacidade de adequação aos novos tempos”, analisa Paulo Roberto Garbossa, consultor da ADK Automotive.

Já a Chevrolet, marca integrante da General Motors, preferiu manter um certo tipo de padronização. “Se olhar para o primeiro carro produzido sob a marca da Chevrolet, o Classic Six, se vê que ele já era um carro grandão, com quatro portas. E desde então seguimos a linha de veículos confortáveis” exemplifica Gustavo Colossi, diretor de marketing da Chevrolet. A marca da gravata dourada, por sinal, comemora o seu centenário esse ano. Os primeiros modelos foram desenvolvidos especialmente para brigar com o Ford Modelo T. Mas como quem não traz novidades perde mercado, também é essencial procurar um alto nível de equipamentos incorporados. Mas é preciso moderação. “O produto é para servir ao cliente. Não podemos introduzir tecnologias que ainda não tenham sido totalmente testadas. Com a grande variedade de uso que um carro tem, é preciso ter muita responsabilidade ao decidir o que botar nele”, alerta Colossi.

Apesar das diversas táticas adotadas pelas montadoras, a confiabilidade emprestada por uma marca com mais de 100 anos continua sendo um dos aspectos mais importantes. “Todas essas fabricantes de carro só estão vivas porque produzem veículos de qualidade. Isso é o mais importante”, lembra Marcus Brier, da Peugeot. “E o mercado sabe disso. O próprio consumidor acaba sabendo disso”, completa Paulo Roberto Garbossa, da ADK Automotive.

Instantâneas

# O primeiro carro que chegou ao Brasil foi trazido por Santos Dumont. O modelo era um Peugeot Type 3 "vis-a-vis", comprado pelo inventor em Paris.

# Para comemorar o seu centenário, a Chevrolet lançou uma série especial do Corvette, um de seus modelos mais emblemáticos. O Corvette Centennial Edition conta com pintura exclusiva e adereços que fazem alusão aos 100 anos da marca.

# O primeiro carro do mundo foi feito pela empresa alemã Bertha & Karl Benz ­ que depois viraria Mercedes-Benz ­, 1885. A patente é datada de 29 de janeiro do ano seguinte.

# A General Motors conta com quatro marcas centenárias entre suas subsidiárias. Sendo elas a GMC, de 1901, a Cadillac, de 1902, a Buick, de 1903 e a Chevrolet, de 1911.

Linhagem brasileira

Em regiões como a Europa e Estados Unidos, a início da produção dos automóveis a combustão data do final do Século XIX. No Brasil, a história é diferente. As primeiras marcas a se instalarem por aqui foram a General Motors e a Ford, na década de 1920. Depois, disso, chegaram a Volkswagen, em 1953 e a Fiat, em 1973. Isso significa que, por mais que a indústria automotiva brasileira tenha evoluído, não se compara com a vivência criada pelas marcas fora do país. “Isso é algo que sempre temos em mente, já que a Peugeot é uma marca recente no Brasil. Por isso, sempre que possível, nos respaldamos e nos apoiamos na nossa tradição lá fora”, revela Marcus Brier, da Peugeot.

Mesmo sendo uma das mais antigas no Brasil, a Fiat prefere não tentar passar essa experiência para o consumidor. A marca italiana divulga que prefere investir em campanhas de marketing que foquem em uma imagem mais jovial junto ao público. “Mesmo assim, um consumidor mais antenado sabe que no Grupo Fiat existem marcas como Ferrari e Maserati. Não há como negar que se passa um conceito de marca com tecnologia e experiência tecnológica”, revela Paulo Roberto Garbossa, da ADK Automotive.

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